Como fica claro no título, o livro narra as memórias da gueixa Sayuri, desde a sua infância, quando foi vendida pela família, até se tornar uma das gueixas mais renomadas do Japão. Através da narrativa de Sayuri já idosa conhecemos como funcionava um okiya – que eram as casas onde as gueixas viviam – e como acontecia o treinamento para se tornar uma gueixa, elas aprendiam dança, música, como se vestir, como se portar, todo o corpo era treinado para se portar de uma determinada maneira.
Acho interessante que a leitura nos leva a ter uma visão mais precisa do que era uma gueixa, porque, em geral, a ideia de gueixa aparece como sinônimo de prostituta. Mas, a partir da narrativa, desconstrói-se essa ideia e o significado da palavra gueixa faz todo sentindo. “E de fato o ‘guei’ de gueixa significa ‘artes’, de modo que a palavra ‘gueixa’ significa na verdade ‘artesã’, ou ‘artista’”. Por isso, uma gueixa estudava dança, canto e alguns instrumentos, além de estudar para realizar a cerimônia do chá.
O livro pinta com muita clareza as cores e formas dos lugares e dos personagens. Tudo é narrado com muitos detalhes e muita delicadeza. A história é cativante, li sem parar, era muito difícil largar o livro.
"Quaisquer
que sejam as nossas lutas e triunfos, qualquer que seja o modo como os
experimentamos, em breve todos fundem-se numa coisa só, como a tinta aguada de uma
aquela num papel".
Memórias
de uma Gueixa
Arthur Golden
Imago Editora
451 páginas
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